quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Cão Valente aguarda adoção no Canil Municipal

Abandono de animais aumenta na temporada de verão

Quem conhece o Centro de Zoonoses da Prefeitura de Praia Grande, que funciona no mesmo local do Canil da Guarda Civil Municipal (GCM), não consegue deixar de reparar na grande quantidade de animais para adoção. Entre eles, está um cãozinho que fez por merecer o nome que recebeu: Valente. Com cerca de um ano de idade, Valente foi atropelado na Via Expressa Sul e teve as duas patas da frente fraturadas. A dor foi tanta que o animal entrou em choque, mas o resgate da GCM deu ao cãozinho uma nova chance.
“Embora essa não seja a função da GCM, o sofrimento do Valente, que gritava muito de dor, tocou o inspetor Marcio Souza Santos, que realizava uma ronda de rotina na área do Palácio das Artes, local próximo ao do atropelamento”, esclarece o inspetor do Canil da GCM, Wagner Geraldo da Silva. “Como já não havia funcionários no Centro de Zoonoses devido ao horário, os guardas levaram o cão até uma clínica parceira, e ali realizaram os primeiros atendimentos”.
“Resolvemos ajudar o animal ao invés de deixá-lo morrer jogado no acostamento, morte que poderia durar horas, dias. Sem duvida, morte com muito sofrimento devido às dores e ao frio. Confesso que inicialmente eu pensei em levá-lo a uma clinica particular e pagar para fazer eutanásia, minimizando o sofrimento, porém na clínica fui informado que ele tinha a chance de sobreviver. Fiz a ficha em meu nome e pedi para a doutora tentar salvá-lo”, lembra o inspetor da GCM, Souza Santos, responsável pelo resgate de Valente. 
Após receber tratamento de suporte para a dor e realizar um raio-X, Valente foi encaminhado à Divisão de Controle de Zoonoses, onde foi atendido pela veterinária-chefe Maria Fernanda Gonçalves. Recuperado, Valente faz exercícios e toma banhos de sol diariamente, e está abrigado no Canil. “O Valente recebeu doação por parte da clínica do Dr. Gilberto Tempaku, que fez o primeiro atendimento, de todos os medicamentos específicos para dor que precisou. A clínica também se dispôs a fazer uma cirurgia para que Valente recuperasse os movimentos das patas dianteiras, mas não foi necessário. É um cão muito dócil, ideal para crianças. Ainda não completou dois anos e é muito inteligente. Já até responde a alguns comandos, ensinados pelos treinadores do Canil da GCM”, brinca a veterinária, lembrando: por sua história, o cãozinho merece um bom lar.

Abandono – Segundo Maria Fernanda, o número de animais abandonados no Município cresce consideravelmente durante a temporada de verão, nos meses de janeiro a março. “As pessoas querem viajar ou receber parentes e amigos em casa, e simplesmente abandonam seus animais. O mais importante é a consciência de que um animal não é um objeto que pode ser descartado a qualquer momento”, enfatiza Maria Fernanda, lembrando que abandono e maus-tratos de animais são crimes previstos em lei.
“A Zoonoses é um centro de saúde pública, que recolhe animais apenas visando a segurança da população, não um abrigo. Mesmo assim, ainda realizamos alguns resgates de animais atropelados ou que estejam em situação de maus-tratos, que são cuidados, castrados e disponibilizados para adoção”.
Atualmente o Centro de Zoonoses de Praia Grande possui 39 gatos, 80 cães adultos e 15 filhotes para adoção, além de 11 animais em tratamento. Interessados em adotar um animal podem comparecer no Centro de Zoonoses das 9 às 17 horas, munidos de RG, e assinar um termo de responsabilidade. Os animais são entregues saudáveis e castrados, e visitas de monitoramento podem ser feitas, caso haja necessidade.
Crime – Abandono e maus-tratos de animais são crimes previstos em lei e passíveis de punição. Atualmente o Centro de Controle de Zoonoses de Praia Grande mantém um canal direto com a Promotoria de Justiça do Estado do Município para punir casos de abandono, maus-tratos ou omissão de socorro. “Muitos animais são abandonados em frente à Zoonoses, e estamos usando imagens da Central de Videomonitoramento  para identificar e punir os infratores. Quem presenciar casos de maus-tratos ou omissão de socorro a animais atropelados, por exemplo, pode anotar o número da placa do veículo e se dirigir ao Centro de Zoonoses munido de RG e CPF”, esclarece Maria Fernanda.
A partir da denúncia, o centro elabora um relatório, que é enviado à Promotoria do Estado, gerando abertura de inquérito policial para identificação dos infratores. A pena pode variar de multa a um ano de reclusão, dependendo do crime.

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