segunda-feira, 30 de maio de 2011

Irmã Dulce lidera doação de órgãos na região

Serviço é regulado pela Escola Paulista de Medicina, da Unifesp


Com 38 notificações de casos de morte encefálica e 12 doadores viáveis de órgãos para transplante em 2010, o Hospital Municipal Irmã Dulce foi o hospital da região que teve o maior destaque junto ao Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes (SPOT), da Escola Paulista de Medicina – Universidade de São Paulo (Unifesp). Neste ano, continua como líder na Baixada Santista: de janeiro a abril, foram oito notificações e três doadores viáveis. Parece pouco, mas cada doador falecido pode salvar a vida e beneficiar muitas outras pessoas, que aguardam por transplantes.


Para falar sobre o processo de doação de órgãos de doadores falecidos, a III Semana de Enfermagem e Serviço Social recebeu, no último dia 24, a enfermeira Vanessa dos Santos Silva, que atua no SPOT. Vários aspectos foram abordados, como legislação, conceito de morte encefálica, protocolo de exames e abordagem da família. “Os profissionais que abordam as famílias passam por treinamento”, enfatizou.


A entrevista dos familiares de primeiro e segundo graus, de quem depende autorização para a doação, é uma das funções da equipe do SPOT, que se encarrega de identificar e avaliar potenciais doadores, solicitar exames laboratoriais e complementares e enviar informações dos doadores à Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO), entre outras.


Se autorizada, a extração multiorgânica é realizada no Centro Cirúrgico do Irmã Dulce por equipes especializadas de hospitais de São Paulo e, no caso de córneas, da Santa Casa de Santos, que possui Banco de Olhos. Recomposto, o corpo é entregue à família para sepultamento e, no caso de morte violenta, segue para o Instituto Médico Legal (IML).


Além de mobilizar o SPOT e oferecer sua estrutura de Centro Cirúrgico para as captações, o Irmã Dulce envia médicos, enfermeiros e outros técnicos para trazer cursos de capacitação em hospitais como o Albert Einstein. Um dos temas é a manutenção hemodinâmica do potencial doador para preservar as condições ideais dos órgãos.


O resultado positivo do hospital praiagrandense é fruto do trabalho da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, presidida pela médica Maria Odila Gomes Douglas e que tem como integrante a enfermeira coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, Eliza Prado Monteiro. Uma das primeiras iniciativas da comissão foi promover palestras de conscientização das equipes multiprofissionais sobre a importância da notificação de morte encefálica junto ao SPOT, que por lei é compulsória.


Ao assumir também a gestão do Pronto Socorro Central, que junto ao Hospital Municipal compõe o Complexo de Saúde Irmã Dulce, a Fundação do ABC (FUABC) vislumbra mais avanços. “Acreditamos que a sintonia das equipes do agora complexo favorecerá o trabalho e abrirá uma nova perspectiva nesta área”, afirma o superintendente do hospital, Inacio Lopes Júnior.

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