sábado, 9 de julho de 2011

Voluntariado movimenta aulas no PIC Quietude

Unidade tem seis professoras que fazem do trabalho “solidário” uma forma de vida

Disponibilizar um pouco do tempo livre em prol de terceiros. Desta forma, desde o início deste ano, seis voluntárias emprestam parte de seus dias para ensinar, a mais de 100 alunas, técnicas de diversas modalidades de artesanato no Programa de Integração e Cidadania (PIC) Quietude. E o que começou como um trabalho “solidário” pode se tornar uma geração de renda.


Recém chegada da Capital, a artesã Claudia Rodrigues Dorta, 35 anos, descobriu o PIC Quietude e resolveu procurar a unidade para saber se havia a possibilidade de trabalhar no local. “Eu fazia voluntariado em São Paulo e quando vim à Praia Grande queria continuar. Fora daqui trabalho também ministrando aula e fazendo artesanato e é onde eu tiro meu salário”, explicou.


Na unidade, Claudia ficou responsável pelas aulas de crochê e tricô, reunindo quase 50 alunos. “Aqui funciona como uma válvula de escape, servindo inclusive como uma terapia. Além disso, desde o primeiro dia que comecei a trabalhar sempre fui muito bem recebida tanto pelos funcionários e a diretora, quanto pelas próprias alunas”, garantiu.


Sucesso - O resultado tem sido cada vez mais satisfatório, tanto que a procura pelos cursos ministrados pelas voluntárias não para de crescer. “Fico feliz que uma aposta nossa tem trazido tantos resultados positivos. Isso mostra que o objetivo dos PICs e Cafes está sendo alcançado e elas ainda acabam servindo de exemplo para outras alunas”, definiu a diretora do PIC Quietude, Sueli Dantas.


No PIC Quietude, além das aulas de crochê e tricô, os cursos de artesanato com fibra de bananeira, bordados em fita e pedraria, pontos cruz e reto e pintura em tecido estão aos cuidados das professoras voluntárias. “Inclusive, o trabalho tem dado tão certo, que algumas das foram convidadas a entrarem no Programa de Auxílio ao Desempregado (PAD)”, destacou a diretora.


Uma das contempladas foi a artesã Patrícia D’Avila Pires Rodrigues, 53 anos. Desde o dia 17 de junho, ela passou a ser atendida pelo PAD e começou a ensinar como aproveitar a fibra da bananeira e transformá-las em produtos artesanais que chamam a atenção de quem vê. “Foi uma satisfação quando a Sueli me convidou para trabalhar. Tudo começou quando resolvi me inscrever nas aulas do Telecentro e ela perguntou para mim se eu fazia algum artesanato”, lembrou.


“Um tempo depois, ela me chamou na sala dela. Na hora, eu achei que tinha feito algo de errado e que levaria uma bronca. Mas para a minha surpresa, a Sueli chamou-me para entrar no PAD”, festejou a artesã. “O convite mudou a minha vida, até porque passei a ser olhada de forma diferente até por meus filhos. Antes eles meio que ‘menosprezavam’ o meu artesanato e agora eles veem que posso fazer disto uma fonte de renda”.


Agora contratada pelo PAD, a artesã passou a lecionar aulas também no PIC Forte e nos Centros de Apoio à Família do Educando (Cafes) Sítio do Campo e Vila Sônia. “Além disso, o que me deixa ainda mais feliz, é poder ensinar as pessoas a uma prática sustentável. Ou seja, aproveitar algo que seria jogado fora que é a fibra da bananeira”, finalizou Patrícia D’Ávila.

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