quinta-feira, 23 de junho de 2011

Teste do Olhinho: quanto antes, melhor

Detecção precoce pode evitar cegueira e outros possíveis problemas nos bebês



Dois minutos. Essa é a duração do Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como Teste do Olhinho, que permite a detecção precoce de problemas de visão e o início do tratamento a tempo de evitar cegueira e sequelas. Rápido, simples e indolor, o exame gratuito é feito em todos os recém-nascidos de Praia Grande, no Hospital Municipal Irmã Dulce, mesmo nos filhos de moradores locais nascidos em hospitais da região, que não oferecem o serviço.


Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), mais de 50% dos recém-nascidos brasileiros só tem a alteração descoberta quando estão cegos ou quase cegos para o resto da vida. Ainda segundo a SBOP, 80% da cegueira mundial poderia ser evitada por prevenção e cura.


No Irmã Dulce, a médica Daniela Gabbia realiza a triagem na Maternidade, logo após o nascimento. Por meio de um aparelho chamado oftalmoscópio, ela incide um feixe de luz dentro do olho e examina a cor do reflexo que surge – se avermelhada, está normal. “O procedimento é feito nos dois olhos, com o bebê deitado e o quarto na penumbra. Quando detectada alteração, a mãe é orientada e o bebê encaminhado ao oftalmologista do Cemas (Centro de Especialidades Médicas, Ambulatoriais e Sociais)”, afirma.


O Teste do Olhinho pode detectar qualquer doença que cause obstrução no eixo visual, como catarata e glaucoma congênito. Quando isso ocorre, o médico não consegue observar o reflexo ou ele se apresenta esbranquiçado. “Quanto mais precoce for a detecção, melhor, pois existem tratamentos”, prossegue Daniela.


Prematuros - Se em bebês nascidos a termo (na data provável do parto) o teste é importante, nos que nascem antes da 37ª semana, considerados prematuros, torna-se fundamental porque previne e diagnostica a chamada retinopatia da prematuridade - uma desorganização no crescimento dos vasos sanguíneos que suprem a retina. Esses vasos podem sangrar e, em casos mais sérios, a retina pode descolar e ocasionar a perda da visão. Nos prematuros, esses vasos não estão totalmente formados e podem crescer de modo desarranjado.


Outro fator de risco é a exposição do prematuro ao oxigênio, cujos níveis devem ser controlados. “Quanto menor o peso e a idade gestacional, maior o risco para retinopatia. Todos os bebês nascidos com peso abaixo de 1 quilo e meio e menos de 29 semanas precisam fazer. Os que necessitam de tratamento em UTI, nascidos com menos de 32 semanas de gestação, bem como os portadores de doenças infecciosas congênitas e perinatais, também exigem cuidados especiais”, adverte a médica.


O hospital encaminha os nascidos com infecções congênitas e perinatais (como toxoplasmose, herpes e sífilis) ao Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que funciona junto ao Cemas. Segundo a médica, o teste deve ser repetido dos primeiros meses até 7 anos, por oftalmologista ou pediatra treinado.

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