terça-feira, 30 de agosto de 2011

“Barrigudinho”: arma contra a dengue em PG

Peixe larvófago e que vive em água parada e poluída favorece combate à doença

Um sensível aumento da presença de larvas do mosquito transmissor da dengue, em alguns bairros de Praia Grande, está motivando o reforço de ações de combate ao aedes aegypti. Em terrenos baldios inundados, piscinas e caixas d’água abandonadas estão sendo depositados pequenos peixes. A espécie é conhecida como “barrigudinho” e se alimenta de larvas. A Divisão de Controle de Zoonoses está concentrando o trabalho no Bairro Sítio do Campo, onde foram detectados muitos criadouros.


Os barrigudinhos cujo nome científico é poecilia reticulata, têm características favoráveis às ações de combate a dengue para situações de água parada. Os peixes consomem larvas e sobrevivem próximos de superfícies, onde é maior o teor de oxigênio. A função permite que a espécie ocupe ambientes pouco oxigenados como valas e locais poluídos, onde as larvas também se proliferam.


Segundo a chefe do setor de Zoonoses, Maria Fernanda Gonçalves, além da distribuição de peixes, agentes da dengue visitam residências e coletam recipientes que acumulem água em imóveis baldios. “Onde percebemos uma grande quantidade de lixo, providenciamos a retirada junto à Secretaria de Serviços Urbanos. Nas moradias ocupadas, fazemos o trabalho de rotina, observando principalmente ralos e vãos de plantas”, salientou.


Breteau - De acordo com Maria Fernanda, o plano de intensificação de combate é atribuído ao aumento no chamado Índice de Breteau, que é a quantidade encontrada de insetos em fase de desenvolvimento, comparado ao total de moradias vistoriadas. “Quando percebemos uma variação importante no índice, temos de tomar uma atitude imediata, fazendo uma espécie de varredura na área onde foi detectado o problema. Também é feita uma análise para nos focarmos nas possíveis causas do aumento do índice. Nesse caso, notamos que houve um descuido da população”, concluiu.


Conforme levantamento da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), o número atual de casos da doença não é alarmante. Para Maria Fernanda, a preocupação é com a facilidade de desenvolvimento dos vetores da dengue, que pode resultar em uma epidemia, uma vez que está próximo o período considerado pré-epidêmico, que são os meses de outubro e novembro. “Se houver um relaxamento nos cuidados, o mosquito pode se proliferar, aumentando o risco de uma epidemia da dengue tipo 4”, ressaltou.


Casos - Desde o início do ano, 44 pessoas contraíram a doença na Cidade, sendo os bairros Vila Sônia, Ocian e Guilhermina os locais que mais tiveram casos positivos. Para o chefe de Seção de Informações da Sesap, Peter dos Santos Draber, o bairro Ocian pode ser o que merece mais atenção. “O bairro registrou 100% de casos positivos para as notificações feitas pelas equipes de combate a dengue. Dos 5 casos notificados todos foram confirmados”, alertou.


Até o momento foram feitas 201 notificações, sendo 72 exames descartados e 85 aguardando conclusão das análises. Já a quantidade de criadouros foi mais registrada na periferia do Município, entre os bairros Sítio do Campo e Anhanguera. Nesta e na próxima semana, o plano de ação de combate ao mosquito se concentra exatamente no Tude Bastos. Uma tenda será montada próxima à Usafa do bairro.


Agentes da dengue saem do local às 9 horas e retornam às 16 horas. No posto, a população pode receber orientações e obter produtos e até exemplares do barrigudinho. A Usafa Tude Bastos fica na Rua Maria Luiza Lavale, 68.

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