quarta-feira, 18 de abril de 2012

Consultora aborda valor de leite materno

Assunto é abordado em curso que acontece no Complexo de Saúde Irmã Dulce
Um curso voltado a profissionais de atenção materno-infantil, no Complexo de Saúde Irmã Dulce, aborda a importância do leite materno como forma de imunização natural. O treinamento objetiva a certificação do hospital para a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Estudos dizem que o aleitamento até o sexto mês de vida pode evitar, anualmente, mais de 1,3 milhão de mortes de crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento.
A médica pediatra Marisa da Matta Aprile, assistente técnica da Pediatria do Complexo de Saúde Irmã Dulce, é consultora internacional em lactação. Ela coordena o I Curso Preparatório para Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), que teve início na semana passada e segue até quinta-feira (19), no anfiteatro do complexo. Conforme enfatiza, o leite materno é um alimento completo.É um fluído dinâmico. Ficamos maravilhados com seu sistema imunológico, destaca.
Termos como lactogênese, prolactina e lipase, comuns na medicina e enfermagem, e outros como imunoglobulinas, lípase, vitaminas e lactobacilos, estão entre os componentes do leite materno. Segundo a médica, os benefícios vão além da nutrição adequada e proteção imunológica contra infecções e alergias. Evitam também a mortalidade infantil e produzem efeito a longo prazo, reduzindo as chances de doenças crônico-degenerativas na vida adulta.
Bebês amamentados ao peito têm menos chance de sofrer com deformidades faciais. Desenvolvimento, vínculo afetivo entre mãe e filho e economia financeira, por ser gratuito, são outras vantagens.
Dicas - Visto num copo transparente, o leite se apresenta em frações, sendo diferente no início (fração solução), meio (fração suspensão) e final (fração emulsão) de cada mamada, daí a importância de a mãe esvaziar completamente uma mama antes de oferecer a outra.
O esvaziamento impede o ingurgitamento das mamas e facilita o processo. Atenção especial deve ser dada à posição do bebê junto ao corpo da mãe e à pega, com a boca do bebê bem aberta, cobrindo parte da auréola, não o mamilo, para evitar fissuras e lesões. Estresse, dor e consumo de álcool, drogas e nicotina prejudicam a prática, com o agravante de tais substâncias passarem pelo leite.
A antiga recomendação de se amamentar de três em três horas foi substituída pela de livre demanda, ou seja, quando o bebê desejar. Para aumentar a produção, a melhor receita é dar de mamar, inclusive à noite, quando a liberação de prolactina (hormônio que estimula a produção de leite) é maior.A mulher precisa estar com os níveis hormonais adequados e fazer o esvaziamento completo das mamas. O organismo não é perdulário. produz o que precisa, afirma a pediatra, que discorreu sobre a anatomia e fisiologia da.
Logo após o nascimento e até o sétimo dia de vida, o leite se apresenta meio transparente, rico em proteínas e sais minerais.É o leite ideal para prematuros, observa. De 7 a 14 dias, é o de transição. Após 15 dias o leite se torna maduro, com um volume maior que o colostro, contendo lactose, gorduras, proteínas e mais denso.
Entre os fatores de desmame precoce estão vivência anterior negativa, insegurança, desinformação, problemas de saúde, falta de apoio, gestação múltipla, desconhecimento dos riscos de bicos artificiais e início tardio de pré-natal. Para combatê-los, o Complexo precisa preparar melhor as equipes para acolher, escutar, elogiar, informar e sugerir as nutrizes.A mãe não consegue fazer nada sozinha. Precisa de todos nós da saúde, enquanto equipe, ressalta.
O curso tem carga horária de 20 horas e é reconhecido pelo Ministério da Saúde.

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